Vinte anos provocando emoções
Vinte anos depois, a trágica história de amor
vivida por Romeu e Julieta volta a ser interpretada pelo Grupo Galpão. A
estreia na capital mineira aconteceu, como em 1992, na Praça do Papa e reuniu
aproximadamente cinco pessoas. Lógico que eu estava lá.
Assisti Romeu e Julieta pela primeira vez no
Parque Municipal, em BH, em 1995, chovia muito no dia da peça, mas ninguém foi
embora. Todos abriram seus guarda-chuvas e sombrinhas e assistiram ao espetáculo
até o fim. Foi uma verdadeira hipnose coletiva, uma grande emoção, que nunca
mais esqueci.
Depois disso, já vi esse espetáculo inúmeras
vezes e aviso que vou de novo. Descobri que nos dias 23 e 24 de junho o espetáculo
será encenado no Parque Ecológico da Pampulha.
A peça foi encenada por mais 270 vezes - em quase
60 cidades brasileiras e em nove países -, a adaptação de Romeu e Julieta feita
pelo Grupo Galpão foi remontada este ano para comemorar os 20 anos da peça e os
30 anos da trupe. Recém-chegados de Londres, onde a peça foi apresentada no
palco do Shakespeare’s Globe Theatre, durante o evento cultural que precede a
Olimpíada, o espetáculo teve sua reestreia em terras tupiniquins na noite deste
sábado.
Segundo o fundador do grupo Galpão, Eduardo
Moreira, que também interpreta o Romeu na peça, o espetáculo foi concebido para
a rua e passou por um processo de criação muito intenso. A peça ficou em cartaz
de 1992 a 1994, ano em que a atriz que fazia a Julieta faleceu. Então, o
espetáculo foi remontado em 1995 e teve uma carreira até 2003.
Em uma versão abrasileirada da tragédia de
William Shakespeare, sob a direção de Gabriel Villela, a peça reconta a
história de amor entre Romeu e Julieta com traços da cultura nacional e até
mineira. Ao som de serestas e com figurinos que remontam ao sertão
brasileiro, o grupo aproxima a tragédia do público, sempre com uma
dose de humor.
A peça se passa sobre uma Veraneio e traz características
que remontam ao circo e à dança. Sobre pernas-de-pau e com caracterizações
que lembram palhaços, os atores cantam, dançam e contagiam o público com um
texto ao mesmo tempo envolvente e divertido. Não raro é possível ouvir
gargalhadas do público que assistia à peça até mesmo por trás do palco.
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