Não é segredo para ninguém que não gosto de viajar de avião. Viajo por esse meio de transporte somente por que ele é mais rápido e me poupa o tempo. Mas nunca afirmei que é a melhor maneira de viajar.
Toda vez que viajo, é a mesma novela: mastigo dois chicletes para evitar a pressão no ouvido, levo um susto com qualquer movimento mais forte do avião, não gosto das informações que o piloto passa sobre a altura que estamos, detesto aquelas televisões que a TAM instalou, onde passam informações sobre a altura que estamos, previsões do tempo e outras coisas. Jamais abro a janela e se alguém abrir não olho pra fora, caso contrário fico tonta. Gosto muito de quando estão servindo o lanche porque fico olhando e me distraio e a partir daí olho atenciosamente para o relógio para ver se já está chegando e pasmem adoro a descida (mesmo sabendo que é um dos momentos mais propícios a acidentes).
Sempre afirmo que no dia que fizer uma viagem mais longa (de umas 12 horas) terei que tomar um remédio para dormir.
Mas na última viagem de avião que fiz, a situação se inverteu completamente. Estava sentada no corredor (Sempre escolho esse lugar) e tinha um homem na janela, de repente chegou uma moça nova e elegante e pediu para sentar no meio. Atendi prontamente. Assim que o avião começou a taxiar, percebi que ela ficou muito nervosa e pasmem, eu estava super calma.
De repente, ela encostou sua mão na minha e percebi que ela suava. Então peguei na mão dela e disse: Não se preocupe essa viagem é muito rápida, só vai durar uma hora. Em seguida ela tirou dois chicletes da bolsa e começou a mastigá-las. Pelos movimentos que ela fez, me vi fazendo a mesma coisa, mas ela não deu tempo que eu fizesse o mesmo, pois o avião fez uma espécie de curva e ela segurou na cadeira como se fosse cair e não acreditei quando falei para ela que isso passava em um minuto.
Fomos conversando sobre a vida, amenidades, viagens e outras coisas para ver se ela se distraia, mas assim que o piloto começou a passar as informações sobre o vôo, ela disse: “Não sei para que servem essas informações, se acontecer alguma coisa, elas não servirão para nada”, e ainda completou: “Não sei porque essa companhia colocou aquelas televisões com aquelas informações que o piloto já falou”.
Desta vez fui eu que falei: “Você devia prestar atenção no movimento dos agentes de bordo servindo o lanche, isso ajuda a distrair”, então ela respondeu: “Sempre faço isso”.
Pode parecer mentira, mas não é. Ela me disse que já fez uma viagem internacional e tomou remédios para dormir. Mas foi, porque não ia perder a chance de conhecer outro País, por causa do seu medo.
Quando chegamos ao chão, ela me agradeceu e disse que sempre nunca encontrou uma pessoa tão solidaria em um avião e eu debochadamente respondi: “Você nem imagina o motivo?
Não foi por maldade, mas fiquei super feliz por sabe que não sou somente eu que pensa essas coisas.
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