terça-feira, 12 de junho de 2012


Vinte anos provocando emoções


Vinte anos depois, a trágica história de amor vivida por Romeu e Julieta volta a ser interpretada pelo Grupo Galpão. A estreia na capital mineira aconteceu, como em 1992, na Praça do Papa e reuniu aproximadamente cinco pessoas. Lógico que eu estava lá.

Assisti Romeu e Julieta pela primeira vez no Parque Municipal, em BH, em 1995, chovia muito no dia da peça, mas ninguém foi embora. Todos abriram seus guarda-chuvas e sombrinhas e assistiram ao espetáculo até o fim. Foi uma verdadeira hipnose coletiva, uma grande emoção, que nunca mais esqueci.

Depois disso, já vi esse espetáculo inúmeras vezes e aviso que vou de novo. Descobri que nos dias 23 e 24 de junho o espetáculo será encenado no Parque Ecológico da Pampulha. 


A peça foi encenada por mais 270 vezes - em quase 60 cidades brasileiras e em nove países -, a adaptação de Romeu e Julieta feita pelo Grupo Galpão foi remontada este ano para comemorar os 20 anos da peça e os 30 anos da trupe. Recém-chegados de Londres, onde a peça foi apresentada no palco do Shakespeare’s Globe Theatre, durante o evento cultural que precede a Olimpíada, o espetáculo teve sua reestreia em terras tupiniquins na noite deste sábado.

Segundo o fundador do grupo Galpão, Eduardo Moreira, que também interpreta o Romeu na peça, o espetáculo foi concebido para a rua e passou por um processo de criação muito intenso. A peça ficou em cartaz de 1992 a 1994, ano em que a atriz que fazia a Julieta faleceu. Então, o espetáculo foi remontado em 1995 e teve uma carreira até 2003.

Em uma versão abrasileirada da tragédia de William Shakespeare, sob a direção de Gabriel Villela, a peça reconta a história de amor entre Romeu e Julieta com traços da cultura nacional e até mineira. Ao som de serestas e com figurinos que remontam ao sertão brasileiro, o grupo aproxima a tragédia do público, sempre com uma dose de humor.

A peça se passa sobre uma Veraneio e traz características que remontam ao circo e à dança. Sobre pernas-de-pau e com caracterizações que lembram palhaços, os atores cantam, dançam e contagiam o público com um texto ao mesmo tempo envolvente e divertido. Não raro é possível ouvir gargalhadas do público que assistia à peça até mesmo por trás do palco.

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